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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mutações
    (Para Maguinólia Galvão)

Ao longo da estrada
Entre um e outro aperreio
Fui acrescentando bugigangas ao meu fardo
Até não mais suportá-lo.
Era um rol sem fim
Coisas abstratas, e concretas
Que iam da insegurança em relação ao futuro
a uma medalhinha de metal barato
Presente de meu primeiro amor
Depois, a duras penas, percebi o quão inútil era
A maioria delas
E fui deixando-as pelo caminho.
No princípio, sofri um pouco
Diante da drástica medida
Algumas lágrimas foram inevitáveis
Mas com o tempo acostumei-me com a leveza
Hoje, além do extremamente necessário, só carrego no fardo
Aquilo que a mim se incorpora
Sem me exigir maiores esforços
Revelações

Sou feliz
Mas tenho vazios
Vazios que ainda nem sei
Ao que se destinam, e se resguardam,
Apenas sinto
E quando isso acontece
Não existe vazio, preenchido do que seja,
Capaz de amenizar as conseqüências
São como doenças sem diagnósticos
Que só o tempo é capaz de curar

sábado, 10 de setembro de 2011

Por vir

Ao certo, nem sei o seu nome
Mas já me consome
Um calor intenso, uma ardência
Algo tão indecente,
e incontrolado
Que chego a pedir clemência
Antes de me darem a penitência
Para a purgação do meu pecado