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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Contrários

Havia por trás da beleza do azul de teus olhos uma angústia, à custa contida. Era qualquer coisa de nostalgia. Uma ponta de tristeza. Uma frustração. Não sei distinguir ao certo.
Quando essa angústia se manifestava, eu nunca sabia como lhe dar com ela. Então, em sinal de respeito, me aquietava num canto e de lá, estranhamente, de forma meio egoísta, achava bonita aquela tristeza, aquele teu olhar cansado de carregar o peso da lágrima que você insistia em não deixar cair.
Então teus olhos eram lagos, rios caudalosos, mares imensos, e eu sentado às margens admirando as paisagens.
Depois, quando a tristeza se ia, eu lastimava o sol que nascia no centro de teus olhos e me tornava toda aridez.

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